Graças ao sucesso obtido com o projeto, desenvolvimento e produção do turbohélice C-130 Hercules para a Força Aérea Americana, a Lockheed viu nessa forma de propulsão a escolha mais sensata para o projeto de aviões comercias que deveriam entrar em operação até o final da década de 50.
Dois modelos estavam em estudo, conhecidos com CL-303 e CL-310, sem contudo atrair maior interesse por parte das empresas aéreas.
Porém no início de 1955 a American Airlines divulgou os parâmetros básicos para uma nova aeronave de médio alcance, incialmente para o uso em rotas domésticas, e em junho de 1955 a Lockheed assegurou uma encomenda de 35 unidades do novo avião. Era o modelo L-188 Electra, um quadrimotor turbohélice de asa baixa, baseado no projeto do CL-310.
A encomenda da American foi logo ultrapassada em quantidade por outra de 40 unidades feita pela Eastern Air Lines. Dois anos se passaram até que o primeiro vôo fosse realizado, em dezembro de 1957, e naquela ocasião a carteira de encomendas já havia subido para 144 unidades. A entrada do serviço aconteceu em 13 de janeiro de 1959 com a Eastern Airlines, seguida pela American Airlines apenas 11 dias depois.
Entretanto, todo o otimismo inicial que a Lockheed tinha em relação a um futuro promissor foi abalado com a entrada em operação dos primeiros jatos, que prometiam a realização dos mesmos vôos em menor tempo. Mas pior do que isso, coube ao Electra o triste recorde ser a aeronave comercial que teve o acidente fatal no menor espaço de tempo desde o início dos serviços regulares: Dias após sua entrega, o primeiro electra da american mergulhou no Rio Hudson segundos antes do pouso em La Guardia, New York. Atribui-se o acidente a um erro de leitura de altímetro.
Mas o pior estava por vir: dois misteriosos acidentes fatais o primeiro em um Electra da Braniff e o segundo envolvendo uma aeronave da Northwest. Os Electras, em ambos os casos, despedaçaram-se em pleno vôo. Meses de exaustivos estudos descobriram o raro fenômeno de oscilação das naceles dos motores externos, que entrando em ressonância com a asa, simplesmente arrancavam-na. Conhecido como "whirl-mode", essa infeliz característica do projeto condenou o Electra a papéis secundários, e consequente, cancelamentos de encomendas. O defeito foi sanado e o novo avião, conhecido como Electra II, mostrou todas as suas qualidades. A Lockheed construiu apenas duas versões básicas do Electra, o O L-188A, o modelo padrão na linha de produção (o mais vendido) e o L-188C, que entrou em operação na KLM em 1959, contando com uma capacidade maior de combustível e maiores pesos operacionais, refletidos em maior disponibilidade de payload. A KLM foi a única empresa européia a operar Electras novos de fábrica. Atualmente um pequeno número destes aviões permanecem em operação, praticamente a totalidade deles como cargueiros.
JETSITE
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